Para ver, para ler e para escutar #01: Falando a Real, O Animal Social e Moon Mirror
Um informe dicas legais. Algumas quentes, outras mais ou menos, mas sempre legais.
Olá, queridos! Sou eu aqui.
Antes do Xwitter cair, já tinha apagado minha conta. Já não via muito sentido em ficar ali no meio daquelas vozes, algumas bem estridentes. Fechei. Quando notei que os amigos estavam se movendo em direção ao Bluesky, pensei comigo: “Opa! Sem um algoritmo incentivando o conflito e privilegiando os “mutuals” (quem você segue e te segue de volta), pode ser que o negócio funcione diferente…”.
Ledo engano, Gabriel.
Foi só a antiga rede social do passarinho sumir, que o céu azul ficou infestado de páginas de fofoca e gente tentando a todo custo fazer sua sacadinha genial hitar. E hitar é uma merda. Acredite em mim. Enfim, quero passar meu tempo online desenrolando outras coisas, essa newsletter, por exemplo. Que você deve receber agora, mais de uma vez por mês. Combinado?
Para ver: Falando a Real, na AppleTV+
Essa série me atravessou. Shrinking (ou Falando a Real) é uma delícia de comédia que envelopa o caos da vida com senso de humor. A história apresenta um terapeuta, encarnado por Jason Segel (o Marshall de How I Met Your Mother), que perdeu a esposa há poucos meses. Ele atravessa um estado de luto arrebatador, que faz com que perca a capacidade de lidar com o trabalho enquanto vê, aos poucos, a filha adolescente se afastar.
À deriva e perdendo as estribeiras, Jimmy liga o foda-se para a formação e a ética profissional e começa a palpitar com honestidade brutal nas vidas dos pacientes. O conselho federal de psicologia deve pirar assistindo. Destaque: ainda tem o Harrison Ford mascarando uma rabugice e entregando carisma.
Foi a Jéssica quem me indicou por causa dessa cena aqui:
O Segel, que curto bastante desde “Eu Te Amo, Cara” é quem encabeça a produção da série em colaboração com a dupla de roteiristas responsáveis por Ted Lasso: Bill Lawrence e Brett Goldstein. É uma série que escolhi assistir apreciando cada episódio, devagarzinho. Porque me proporcionou uma dose que não esperava de aconchego e otimismo na companhia dos personagens, suas neuroses e contradições. O texto tomou o cuidado de moldar cada um deles para oferecerem, pelo um pingo de identificação com a vida comum, então, não tô falando só de uma premissa original, mas de conversas inteligentes e carismáticas que despertam na gente esse sentimento.
Vai servir como uma luva se você procura algo para assistir que te faça bem. Uma nova temporada estreia dia 16 de Outubro. Experimente 7 dias grátis de AppleTV+ aqui.
Para ler: O Animal Social, de Elliot Aronson
Alguns meses atrás, o Eduardo Moreira trouxe o psicólogo social Elliot Aronson para conversar com seu público no Brasil. Assisti ao evento online, que foi breve e nem foi lá uma aula memorável como o canal prometia, mas o livro do americano é de verdade, colossal e definitivo.
O Animal Social, que ainda estou pela metade (são mais de mil páginas de psicologia social, me dá um desconto…), discorre em torno de perguntas que eu e a maioria dos amigos temos batido a cabeça: “Porque as pessoas fazem o que fazem?” “Porque nos chocamos com algumas atitudes de gente que amamos?” Mas também é sobre eu e você. Todo mundo se acha esperto demais, incapaz de ser influenciado. “Eu? Imagina… Já vivi demais nesse mundão meu Deus. Não me misturo com essa gentalha, etc.” Influência e persuasão às vezes são óbvias, mas são, a maioria das vezes, sutis. Absorvendo isso, a gente cuida melhor das relações. O professor aplica, ainda, alguns exemplos sobre como conduzir uma conversa que se desloca para uma situação embaraçosa ou desconfortável e até tratar com os filhos.
Os Aronson, Elliot e Joshua, revisam a obra periodicamente, dão uma penca de exemplos históricos e experiências científicas sobre o que nos estimula na cultura de massa e na propaganda. Só tem um porém: complicado adaptar estudos de campo nos Estados Unidos ao que acontece no Brasil. Você sabe, são sociedades diferentes. Educação, organização familiar, legal, estatal e social, etc. É outro mundo. Mesmo assim, algumas verdades e padrões persistem. E é legal ter uma ideia científica por trás de atração pessoal, preconceito, cultura da violência, bullying, amizades e ética na propaganda e no jornalismo.
Esse é o link para comprar O Animal Social na Amazon.
Para escutar: Moon Mirror, do Nada Surf
Você deve conhecer o Nada Surf por causa dessa música aqui:
Essa mesma. Tocou um bocado nas séries de TV para adolescentes dos anos 90: Buffy, Dawson’s Creek e por aí vai. O quarteto de Nova York (Matthew Caws, Daniel Lorca e Ira Elliot mais Louie Lino) nunca mais emplacou um hit desses, mas se manteve ativo e fazendo boas músicas. Rock simples, fiel às suas raízes e sem exagerar na nostalgia.
Moon Mirror é o décimo álbum dos caras e saiu na sexta-feira (13!!!) passada. É uma boa para quem gosta de rock alternativo com uma viradinha no pop. Não cola com o fone da academia, mas vai muito bem no trânsito, seja som do carro ou tempo no ônibus/metrô.
Me chamou a atenção porque não parece um trabalho feito cinquentões. Não se deixe levar pela capa, soturna, porque o som é solar. Digo, deve ser, porque faz tempo que o céu por aqui está cinza como uma televisão fora do ar. Me imagino tocando algumas de suas músicas em festas. Minhas favoritas são: a abertura, com Second Skin, Losing, New Propoller, Intel and Dreams e a faixa título.
Escutar no Spotify e no Tidal.
Os escoceses do Mogwai, uma das bandas mais fodonas que já caminharam sobre a terra, também estão de música nova.
Informei.
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